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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Por decreto

No último dia de 2018 queria fazer um pedido especial àquele que assumirá à presidência amanhã: por favor, edite um decreto garantindo a todo brasileiro a posse de um trabalho, de uma educação e de um sistema de saúde dignos.  Que o texto garanta ainda infraestrutura básica em todas as favelas, atividades esportivas e culturais disponíveis para todos os seus moradores.  Que um dos parágrafos estipule administrações competentes nos presídios, impedindo o uso de celular, armas e drogas pelos detentos, fazendo com que trabalhem e estudem durante o cumprimento de sua pena e que a cumpram com tempo proporcional ao seu delito. Que haja um trecho garantindo o fim das desigualdades no país, com a extinção de privilégios para determinados cargos e impedindo que poucos tenham o poder de estipular seus próprios rendimentos. A garantia por decreto de salário digno aos professores, médicos e policiais também será adequada. Que o instrumento também exija de todos ações efetivas par...

Uma vida em contas

Estamos na era das faturas digitais – as árvores do planeta agradecem – mas há 20 anos era diferente. As pessoas costumavam acumular toneladas de papeis e seus comprovantes de pagamento, muitas vezes até acima do prazo estipulado por lei, em sua maioria cinco anos. Felizmente, a partir de 2009 as empresas ficaram obrigadas por lei a fazer constar em uma fatura a declaração de quitação dos anos anteriores, permitindo que se descartasse parte do volume acumulado. De uns anos para cá, aos poucos, os pagadores vêm sendo cada vez mais estimulados a receber apenas uma fatura digital, por e-mail ou via SMS. Na casa de meu pai há um armário que estava repleto de caixas de documentos, os quais eu praticamente ignorava. Até que o próprio móvel resolveu dar uma forcinha pra minha memória: meses atrás a velha estante veio abaixo, praticamente me obrigando a dar um destino para tudo aquilo. Na época, a única atitude que tomei foi colocar as dez caixas de arquivo morto no carro e transferi-la...

Bate-Papo e Sessão de Autógrafos

06 DEZ | QUINTA-FEIRA 20h: Bate-Papo e Sessão de Autógrafos com a autora guarulhense Fátima Gilioli | A uditório 3 – Dom Quixote Livro: Código 303 Uma reportagem sobre o alcoolismo, a doença da negação Parque Linear Transguarulhense Av. Transguarulhense – Parque Continental Entrada Gratuita* Obs.: ao final do bate-papo haverá sorteio de livros entre os presentes

Atendimento especial

Sábado é dia de ficar em companhia de meu pai de 88 anos que tem Alzheimer. É um velhinho carismático, querido por todos, mas que precisa ter sempre alguém por perto. Pela manhã, preparei o café, separei os remédios que ele toma e resolvi dar uma corridinha rápida até o laboratório para entregar umas amostras para exames (aquelas que são uma chatice, mas, necessárias). Pensei comigo, “em no máximo vinte minutos vou estar de volta”. Em menos de dez minutos cheguei lá e peguei a senha 82 (atendimento normal e não prioritário porque estava sozinha). Sentei-me e logo descobri que estavam atendendo a número 68. Incluindo as preferenciais o atendimento estava bem demorado. Observei que no papel já havia o aviso – previsão de atendimento em 28 minutos, apenas para a triagem. Comecei a ficar aflita, pensando no meu pai sozinho. Fui até uma das atendentes e perguntei se para entrega de amostras a senha era a normal mesmo e ela me respondeu que sim. Voltei para a cadeira já pensando em...