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Mostrando postagens de 2022

Primavera em Outubro

    Sempre que vai chegando a minha época preferida do ano, eu publico foto das minhas orquídeas com suas belíssimas floradas. Às vezes escrevo até uma crônica para acompanhar.      Este ano tem sido um pouco diferente. Elas demoraram muito para florescer. Tem ano que em agosto já surgem os botões. Este, estranhamente, só começaram a brotar no final de setembro. Mas também pudera. Estamos em outubro, e a primavera ainda não chegou! Ao menos, é assim que eu sinto. Temperaturas abaixo do normal, ainda que os ânimos estejam exaltados.      Alguma razão há de ter. Não sou adepta a esoterismo, tarô, horóscopos, essas coisas, mas arrisco dizer que vivemos tempos anormais, estranhos, esquisitos mesmos, com até as leis da natureza sendo “contestadas”. O ar parece mais poluído do que de costume, os dias mais cinzentos, tenebrosos, como se vivêssemos um conto de terror (a cada dia se sobressai um vilão diferente). Não gosto de terror! Sou escritora adep...

Antropofagia: um modo de ser brasileiro?

  D ifícil falar sobre antropofagia sem pensar na Semana de Arte Moderna de 1922. Afinal, ela foi um marco para o Brasil em termos de busca de identidade cultural. Mas a arte, a literatura brasileira que existiu antes dela, se “alimentava” de quê? Sem nos prender a datas, podemos, primeiramente, classificar a literatura brasileira como sendo aquela criada por brasileiros, de uma nação em formação, seja em que período for ou mesmo aquelas criadas por nativos de passagem por outros locais do mundo.      Se analisarmos o quadro “Caipira picando fumo”, vemos o pintor Almeida Junior, ainda no século XIX, com uma preocupação de retratar o Brasil, mesmo que com uma estética europeia.      Quando Lima Barreto escreveu “Triste fim de Policarpo Quaresma”, publicado ao longo de 1911 como folhetim nos jornais, editado em livro em 1915, antes, portanto, do movimento modernista, tinha como temática o sujeito patriota, ingênuo, que queria descobrir o que era ser ...

“As fronteiras entre a ‘apropriação’ e o ‘plágio’”

     Quando você se apropria de uma obra, seja ela uma história escrita, um poema, uma música, uma pintura etc e a partir dela cria uma nova versão ou algo novo, partindo do que já existia, desde que esteja claro quem é o autor original, não há mal algum, faz até parte do processo criativo. Afinal, a arte surge a partir da observação da natureza, do que já existe nela e também do que outros já fizeram. É impensável, por exemplo, que alguém se torne um bom escritor, sem que seja um ávido leitor de variados gêneros literários.      É importante que haja uma assimilação de culturas, o que torna possível que se dance balé no Brasil ou em qualquer parte do mundo e não apenas na França ou na Rússia, berço do Bolshoi. Da mesma forma temos de entender quando um estrangeiro faz samba ou bossa nova, gêneros tipicamente brasileiros.     Na literatura é comum haver apropriação de estilos, o que faz com que, quando lemos um determinado autor, possamos identifi...

Qual o valor da Arte?

        Para responder à pergunta do título, em primeiro lugar é necessário saber de que tipo de valor estamos falando. Existem inúmeros significados para a palavra “valor”, principalmente quando se trata de arte. Temos o valor monetário de mercado, mas também temos o valor sentimental, o valor cultural, o valor social, temos o valor da própria arte para o artista, levando-se em consideração o que ele recebe em troca, não em espécie, mas em crescimento pessoal. Certamente poderemos pensar em outros tantos diferentes tipos de valores atribuídos à arte entre os diversos indivíduos que estão de alguma forma em contato com ela.      Na sociedade atual, na maioria das vezes, o fazer arte acaba se tornando profissão também, uma atividade artística pode prover o sustento de um artista, ou não. Enquanto alguns produzem arte em suas horas vagas ou de lazer, outros o fazem no seu dia a dia, como atividade principal. O quanto cada artista recebe por seu trabalho ...