Em relação à literatura, existem pessoas que pensam que escrever exige certo rebuscamento, certa formalidade de linguagem, como se o escrever literário tivesse, necessariamente, somente essa característica formal. Isso talvez tenha prevalecido até o século XIX. Mas no século XX, a literatura começou a incorporar mais a linguagem da rua, embora esse não tenha sido um processo tranquilo. Buscando exemplos dessa mudança, podemos citar Allen Ginsberg, poeta americano, entre tantos da geração beat, que publicou, em 1956, “Uivo e outros poemas”, livro em que ele, homossexual declarado, muitas vezes descreve atos sexuais entre homens, usando palavras de baixo calão. Essa publicação levou, não o autor, mas o editor para o banco dos réus. O livro foi censurado e Lawrence Ferlinghetti, da editora City Lights, foi processado por uso de linguagem crua e termos obscenos. Embora fosse uma época de direita, do macartismo dominante, a constituição am...
O nome Balada vem de uma tradição francesa, na era medieval, e o significado do termo tem mesmo relação com o ato de bailar. Mais tarde se torna muito popular na Inglaterra e na Irlanda também. É uma cultura oral em que o poeta está em ato se apresentando para uma plateia. Por isso estão presentes os elementos teatrais. Ele faz todas as inflexões de voz, molda seu gestual, tudo para a história que está contando. Muitas vezes é acompanhado de um alaúde ou outro instrumento musical. Uma poesia muito próxima do espírito da canção. Portanto, a balada está muito ligada às próprias origens do teatro. Uma origem muito performática, muito musical. E a balada tinha essa característica muito própria – era uma contadora de histórias, uma narrativa em versos. Justamente por ser uma cultura baseada na oralidade, poucos nomes de compositores de b...