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Mostrando postagens de outubro, 2018

O diário de Anne Frank

Embora eu seja apreciadora das artes em geral, tenho que confessar que algumas vezes abdico do direito de apreciar um filme, uma peça, uma novela, um livro, só pelo impacto que imagino que ele poderá causar em mim. Um excelente exemplo pode ser aquela versão da Paixão de Cristo criada por Mel Gibson. Só em ver os trailers e ler os comentários na época em que foi lançado, decidi que não queria assisti-lo de forma alguma, em virtude do excesso de violência que as imagens traziam. Ainda mais que, desde criança sempre tive uma reação curiosa quando assistia às versões anteriores desse trecho do evangelho. Por mais que saiba da morte de Cristo crucificado, toda vez que chega naquela parte em que Pilatos pergunta ao povo se deve libertar Jesus ou Barrabás, ainda torço para que escolham Jesus. Para que possam me entender melhor, cito outro exemplo um pouco diferente: quando li o livro “Marley & eu” tive acessos de choro tão profundos quando chega a hora da morte do cão, que tive...

Ponteiros, informações, opiniões

O domingo começou estranho para mim, assim como deve ter sido para outras pessoas. Acordei às 8h pelo despertador do celular, mas, no relógio da sala ainda eram 7h. Estava sonolenta por ter dormido pouco, em virtude de uma barulheira danada feita por uma vizinha mal educada, que recebeu em seu apartamento até altas horas visitas igualmente deselegantes, capazes de ficar falando alto, rindo, gritando em uma casa alheia até às 5h, ou seriam 4h, sei lá. O porteiro me contou que chegou para render o colega às 4h, pensando que eram 5h e a dona da padaria abriu as portas às 5h pensando serem 6h, sentindo falta dos clientes costumeiros das primeiras horas. Tudo isso aconteceu porque alguém agendou o inicio do horário de verão para hoje, 21/10/2018, se esquecendo de reprogramar para 04/11/2018, como  posteriormente anunciado pelo governo. Tempos muito estranhos esses, de desencontro de ponteiros, de informações, de opiniões.

Minhas duas orquídeas –parte II

Volto a contemplar minhas orquídeas e elas continuam lá, mais lindas do que nunca. Tento captar essa energia boa, essa beleza que a natureza nos oferece sem quase nada em troca – só respeito. Nos últimos dias tenho recebido muitas mensagens de amigos que se dizem angustiados com a perspectiva do resultado das eleições e muito mais com a posição tomada por pessoas queridas deles. Alguns têm tentado, sem sucesso, convencê-los a mudar de lado e é a negativa, muitas vezes acompanhada de palavras duras, ofensivas mesmo, é que doe muito nelas. Toda vez que eu ouço ou leio esses lamentos, entendo muito bem porque também tenho experimentado esse tipo de decepção e de tristeza. Meu conselho é agir como eu, que tenho tentado não confrontar pessoas que pensem diferente de mim. Não que eu tenha cortado relações com essas pessoas, mas, desde o início do processo eleitoral venho gastando cada vez menos tempo nas redes sociais. Tenho postado ou reencaminhado textos que traduzem a ...

Minhas duas orquídeas

Difícil explicar o que senti quando vi minhas duas orquídeas cheias de botões e uma flor já desabrochando em cada uma delas. Passados alguns dias do primeiro turno das eleições brasileiras, cujo resultado me abateu duramente, a ponto de me deixar sem palavras, já um tanto recuperada, penso: que lição está me dando a natureza, que mágica, que beleza singela e sublime! Decido, então, dedicar essa imagem à amiga Marina, a qual me permito chamar assim, ainda que não a conheça pessoalmente. Minha admiração por ela cresceu enquanto eu apoiava sua campanha e me permitia sonhar com um futuro melhor para o meu país. Durante esses dias fiquei tentando imaginar como estaria seu coração, após ter sido humilhada com uma inesperada e desesperada fuga de votos. Um movimento totalmente ineficaz e desnecessário. Se tivessem imaginado logo no início que tamanha cegueira se instalaria em quase 50 milhões de brasileiros, que numa espécie de transe, passaram a venerar alguém tão desqualificad...