Ao ouvir o mantra e contemplar
aquelas pessoas exteriormente ornamentadas com motivos afros e internamente
carregando o legado da raça negra, com um misto de orgulho e sofrimento
passados de geração em geração, não pude deixar de pensar no livro que acabei
de ler. ”Kindred, laços de sangue”, de Octavia E. Butler (*). Enredo que nos
dilacera a alma, não é apenas simples ficção, imaginada, inventada, é retrato
da história acontecida no mundo todo em variadas épocas. É ferida que ainda dói
nos dias de hoje.
Aqueles que não concordam com o
dia da Consciência Negra talvez não saibam quais são essas dores que esse povo
carrega. A dor da escravidão, da submissão, da humilhação, da mutilação, da
tortura física e psicológica, da segregação. Atualmente a dor da discriminação,
da falta de oportunidades escancarada nas pesquisas, nos índices de mortes por
bala perdida, ou por bala encontrada, da predominância da cor branca nas mais
altas esferas do poder, nas faculdades, nas empresas, nas profissões de
destaque e em contrapartida da gritante e extravagante preponderância do negro
nas favelas, nas prisões, nos assassinatos, nas abordagens policiais.
Sim, é preciso ter consciência, é
preciso ter vergonha desse cenário, é preciso que todos carreguem essa mesma
dor e que cantem e toquem o mesmo tambor.
(*) Livro de ficção em que uma jovem negra do século XX passa
a fazer viagens no tempo ao século XIX e a reviver a escravidão e os dilemas
raciais de ontem e de hoje.
#consciêncianegra #missa #homilia
#discriminaçãoracial #preconceito
Infelizmente essa polarização política que contamina Grande parte da população brasileira faz com que a consciência, seja trocada pelo instinto animal, que está longe da racionalidade do ser humano, belo texto Fátima parabéns.
ResponderExcluirVerdade, Carlos. Felizmente é apenas parte da população. Não devemos perder a esperança no ser humano. Rezemos para que a maioria recobre a consciência!
ExcluirMais humanidade.
ResponderExcluirParabéns Fátima pelo excelente texto.
Obrigada, Mora. Acabei não entrando no blog e só vi sua resposta hoje. Fico feliz que a maioria compreende e compartilha com meu sentimento.
ExcluirÉ triste saber que as pessoas ainda medem o valor do outro por sua cor, orientação sexual ou onde vive e não por suas atitudes! Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirPois é, Talita. Surpreendente e preocupante. Obrigada! (Desculpe-me também por só ter lido o comentário hoje.
ExcluirParabéns pelo texto Fátima. Eu fico indignada que em meio a tanto desenvolvimento ainda tenha tanta intolerância e que infelizmente com este novo e medíocre governo, vem tomando força. A Luta e frequente, mas tenho certeza que venceremos. O bem vai vencer o mal!
ResponderExcluirObrigada! Desculpe-me só ter lido o comentário agora. Ficou parado na caixa de moderação. Sim, o bem vai vencer o mal!
ExcluirQuerida Fátima paz e bem!
ResponderExcluirCheguei por acaso ao seu texto e ao terminar de lê-lo floresceu em mim a esperança que esses dias sombrios tem tentado roubar, lhe agradeço pelas gentis e motivadoras palavras!
E se me permitir gostaria que fizesse um pequena retificação, já não sou mais presbiteriano hoje eu pastoreio à igreja Vineyard em Campinas.
Desculpe-me, pastor, mas o seu comentário ficou preso na caixa de moderação e só o li agora. Já retifiquei o texto como pediu. Estou muito feliz porque o senhor leu e teve a gentileza de comentar. Foram muitas as visualizações e os comentários de indignação. Isso é um bom sinal! Obrigada!
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