Na minha turma de ioga conheci uma jovem que mora no mesmo prédio que eu. Ela é engraçada. No dia em que nos conhecemos, estava rindo de si mesma por ter levado um tombo pelo caminho.
Sempre achei estranho que o professor chamava seu nome, “Ananda”,
depois do meu, “Fátima”. Eu pensava: “se as demais estão em ordem alfabética,
por que o professor não coloca a “Ananda” no início da chamada? Mas logo
depois, me envolvia com os exercícios e esquecia desse detalhe, para no dia
seguinte, lembrá-lo novamente.
Demorou um pouco, mas um dia cheguei à conclusão de que seu
nome podia não começar com a letra “A”. Ao final da aula, aproveitando que
saímos juntas, perguntei.
“Meu nome é Hananda, com H”, respondeu. “Uma homenagem que
minha mãe fez à repórter da Globo, Ananda Apple. Coisa que me irrita
profundamente pois toda a vez que a vejo no jornal está fazendo reportagem
sobre o preço do tomate na feira. Por que eu tinha de ter o nome dela?”.
Rindo, eu expliquei: “Não. Ela não cobre só isso. Faz toda a
cobertura de reportagens sobre flores e jardins. Tem uma coluna chamada “Quadro
verde”, com dicas de paisagismo e ecologia. É uma profissional muito competente”,
completei, tentando desfazer o seu mal estar.
“É mesmo? Essas reportagens nunca assisti”. E foi logo explicando
também o motivo do “H”. “O pior é que uma tia acabou convencendo a minha mãe a acrescentar
o H. Para dar sorte... Não sei, não, se funcionou... “, concluiu, pensativa.
“Além disso, pra completar, muita gente me chama de ‘Rananda’,
pode? Não sei por quê. Alguém fala ‘Roje’ ou ‘Ristória’?”, finalizou, me
fazendo rir novamente.
Adorei!!
ResponderExcluirQue bom! Pena você não estar logada e seu comentário aparecer como "Anônimo"..hahaha.
ResponderExcluirEstá muito bem escrito e é muito divertido.
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