Um conhecido programa de TV
pergunta “Quem quer ser um milionário?”. O assunto já virou até filme. É claro
que a resposta “sim” predomina. Por ocasião da proximidade da proclamação de
Irmã Dulce como santa (37ª Santa brasileira), neste domingo (13), me ocorreu de
forma analógica perguntar: Quem quer ser santo?
Aposto que grande parte
responderá que não. Existe grande preconceito em relação a ser santo. Lembro-me
de uma vez ter chamado a atenção de um garoto por causa de uma travessura.
Disse que deveria se comportar, essas coisas que se fala às crianças nesses
momentos, no que ele prontamente me respondeu: “Tia, você não vai querer que eu
seja santo, né?”.
As pessoas, mesmo as que seguem
uma religião, não costumam pensar na santidade como algo a ser almejado. Por
alguma razão atribuem esse fenômeno a seres predestinados, que já teriam
nascido santos. Outros se referem à santidade como sinônimo de “ser bobo”, “ser
ingênuo”.
Acontece que alguns santos não
foram tão perfeitos no início de sua vida, sendo às vezes até vilões, mas em
confronto com alguma situação, acabaram se convertendo e passando a seguir de
maneira exemplar os ensinamentos de Deus. Já Irmã Dulce, que está para ser
proclamada santa, teve uma vida toda voltada para os trabalhos assistenciais em
comunidades carentes de Salvador, Bahia.
Não é nada fácil ser santo. Mas
as pessoas deveriam ao menos cogitar essa possibilidade em suas vidas. Já
imaginou que maravilha se tornaria esse mundo, se todos lutassem pela
santidade? Nem todos conseguiriam, pois o caminho para a santidade é árduo e doloroso.
Há que se abrir mão de inúmeros “desejos” da vida comum e se doar ao outro o
tempo todo. Mesmo que não seja assim, de forma tão efetiva, pequenos atos de
bondade, de generosidade podem nos levar pelo caminho.
Eu quero ser santa. Sei que estou
longe disso. Mas coloquei em minha vida essa meta, a de sempre procurar o bom
caminho, a melhor decisão, a melhor palavra, o melhor ato. O exercício é: antes
de tomar uma decisão, antes de agir, é preciso pensar nas consequências do que
vai fazer. Quem será beneficiado? Quem será atingido? Se a resposta for sempre “eu”
para a primeira pergunta e “o outro” para a segunda, algo não está certo.
Quem quiser saber um pouco mais
sobre meus conceitos sobre santidade, dei uma palestra há alguns meses,
relacionando-a ao alcoolismo, outro tema recorrente em meus escritos. Eis o
link:
https://youtu.be/OKK-edhAfbQ
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