quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Como transformar a educação com o uso da tecnologia?


Estimulada por uma publicação no Linkedin, decidi republicar uma dica adquirida em um workshop na Bienal do Livro deste ano. É especialíssima para professores ou para quem tenha interesse em conhecer técnicas de ensino utilizando as ferramentas da Microsoft.

Trata-se de uma comunidade onde você se cadastra gratuitamente e tem várias opções de cursos.  A duração desses cursos varia entre uma e três horas, dependendo do tópico. Alguns informam como usar ferramentas como o OneNote, Sway e Office Mix, enquanto outros tratam de assuntos mais pedagógicos que ensinam como integrar a tecnologia à instrução. No final sempre há uma avaliação que concluída renderá pontos para adquirir alguns certificados.

Já fiz vários e estou adorando!
Eis o Link da plataforma: https://education.microsoft.com/

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Um estágio mal sucedido

Durante os muitos anos trabalhados para uma determinada empresa, tive quase uma dezena de estagiários que deram suporte em algumas das muitas atividades de responsabilidade do setor que eu supervisionava. Era muito trabalho!
Posso dizer que sempre tive sorte ao encontrar jovens estudantes empenhados em aprender e colaborar comigo durante o período do contrato, salvo pouquíssimas exceções. A parte menos legal era que cada vez que um contrato se encerrava era necessário treinar outra pessoa. Conciliar as atividades diárias a esses treinamentos eram uma aventura.
Entretanto, uma preocupação que sempre tive foi de conhecer muito bem com quem iria trabalhar, saber qual seu perfil, seu grau de conhecimento, seus pontos positivos e negativos. Todo esse esforço resultava num melhor aproveitamento daquela força de trabalho, identificando quais atividades poderiam ser delegadas, quais deveriam ser acompanhadas mais de perto, etc.
Cada um desses estagiários tinha uma habilidade que poderia ser explorada, como por exemplo a facilidade de utilização de planilhas em Excel e outros sistemas, desenvoltura com o atendimento a clientes e fornecedores, organização, e assim por diante. As características pessoais também variavam, uns eram expansivos e se expressavam bem, outros mais tímidos, tinham mais dificuldades para interagir com a equipe.
Em resumo, eu tinha a preocupação de extrair deles o melhor para o andamento do trabalho e ao mesmo tempo oferecer a eles a melhor contribuição para o seu desenvolvimento durante o período do estágio e para o seu crescimento profissional .
O departamento pessoal da empresa também demonstrava uma preocupação com isso porque fazia avaliações periódicas. Era um momento muito importante em que parávamos e discutíamos o andamento daquele estágio, se os resultados estavam sendo os esperados ou não, o que poderia ser melhorado. Essa avaliação era muito importante e produtiva, pois, a cada período notava-se a superação de alguma dificuldade.
Já faz quase três anos que me afastei do ambiente empresarial, mas, o que me fez relembrar tudo isso foi uma história de estágio que não acabou muito bem. É de um jovem de 21 anos, contratado para estagiar em uma grande empresa. Por oito meses ele foi submetido a uma jornada de trabalho bem pesada e teve algumas dificuldades de adaptação. Sua superior estava visivelmente estressada e sobrecarregada. Não tinha tempo nem paciência para orientá-lo. Em nenhum momento ela se sentou com ele, olho no olho, para discutirem a situação. Não houve nenhuma avaliação, exceto a final, no dia em que ele foi precocemente desligado, sob a alegação de “falta de interesse em aprender”. Esse veredicto foi proferido em uma reunião pelo superior da chefe, que permaneceu calada e com a cabeça baixa.
 O jovem, que já havia comentado com sua mãe que suspeitava que ela “não gostava dele”, um rapaz muito educado e um pouco tímido, não soube nessa única oportunidade que teve, externar a sua versão do que havia se passado. Embora não concordasse de forma alguma com a alegação de “falta de interesse”, porque tinha se esforçado realmente, sabia que seu desempenho não tinha sido adequado, mas, ficou tão chocado com aquela situação, que não foi capaz de se defender ou argumentar.
O resultado foi que saiu dali totalmente triste, decepcionado, com certa vergonha da avaliação que lhe tinham imputado e sem saber como contar isso à sua família e às pessoas que o acompanhavam e que torciam por aquela sua primeira experiência.
Apesar de conhecê-lo, ainda não falei com ele. Conversei com sua mãe, uma grande amiga, que estava sem saber o que fazer para ajudá-lo. Tinha medo que a experiência ruim o marcasse de uma forma muito negativa. Fiz o possível para mostrar a ela que talvez tudo possa ser revertido em aprendizado e que possa fortalecê-lo em uma próxima etapa.
Apesar disso, no fundo, fiquei com isso engasgado, por enxergar uma possível falha dessa profissional que, seja por qual motivo, não foi capaz de conduzir essa situação como deveria e da empresa que se manteve distante de todo o processo.

O que me diriam a respeito os colegas de recursos humanos ou os que já vivenciaram algo parecido?

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Comédia ou tragédia




A absurda ameaça de proibição do uso da palavra “gênero” na rede de ensino me fez lembrar o caso de uma funcionária da área de câmbio de uma grande empresa, que foi repreendida por seu chefe ao mencionar em e-mail o termo “esquema de pagamento”.

Estava em curso um projeto de Governança Coorporativa e seu superior julgou-o pejorativo e passível de suspeição por parte dos auditores. Antes que alguém interprete da mesma forma, saiba que ele sempre existiu no sistema do Banco Central e deveria ser gerado após o registro de uma operação financeira, cuja sigla é ROF.

A garota começou a quebrar a cabeça para encontrar uma forma de substituir o termo, pensando em usar “agenda, programação  ou cronograma de pagamento”, porém, não lhe parecia conveniente nem necessário alterar algo que era oficial do sistema. Por coincidência ou não, acabo de constatar que o BACEN recém divulgou um novo manual em que substitui “Esquema de pagamento” por “Cronograma de Pagamento”.

Antes de voltar ao assunto principal desse artigo, lembro-me também de um colega de trabalho que não permitia que seu estagiário usasse “eu acho…” para responder aos seus questionamentos. O jovem passou então a recorrer a “eu penso que…”.

Minha mãe também não gostava que pronunciássemos a palavra “câncer”. Queria que disséssemos “aquela doença” ao falar do estado de saúde de alguém com essa enfermidade.

No filme Harry Porter, havia um vilão tão perigoso que em vez do nome era chamado por  Aquele-que-não-deve-ser-nomeado.

Voltando agora ao “gênero”, na hipótese dessa loucura ir adiante, fico pensando em como o professor de português poderá explicar a classificação e a concordância dos artigos e substantivos dos gêneros feminino e masculino, ou como fará para abordar os gêneros literários, lírico, narrativo, dramático, etc. De que forma  o professor de biologia poderá discorrer sobre os gêneros de plantas suculentas, carnívoras ou ranunculus?

A utilização desse termo é tão variada que nem dá para citar todas as dificuldades em que se encontrarão nossos professores para exercer o seu ofício já tão cheio de obstáculos. Uma vez que poderão vir a ser filmadas, será que teremos que passar as aulas para o gênero “comédia” ou “tragédia”?


sábado, 10 de novembro de 2018

Revisar é necessário


Produção de conteúdo parece ser uma necessidade desesperada de quem frequenta assiduamente as redes sociais. Especificamente no Linkedin, as pessoas são estimuladas pelos influenciadores a publicar suas ideias, expor suas teses sobre assuntos que dominam, sobre suas carreiras ou experiências de vida. Nada contra, muito pelo contrário, acho que os posts nos induzem a refletir sobre variados assuntos, sendo um exercício para quem produz e para quem consome, comenta ou apenas reproduz em sua timeline.

De vez em quando me arrisco nessa empreitada, na maioria das vezes reproduzindo o conteúdo de meu blog, que criei a partir de uma vontade de exteriorizar tudo o que me toca no coração ou na alma, positiva ou negativamente (dou sempre preferência à primeira forma).

Na verdade, até o momento, nessa rede posso ser classificada muito mais como consumidora desses conteúdos do que produtora. Tenho acompanhado muitos assuntos discutidos e interagido com curtidas e comentários, de acordo com meu interesse ou conhecimento sobre o tema.

Certa vez, assisti a um filme cuja protagonista trabalhava como revisora. O enredo era sobre um drama pessoal que ela enfrentava, mas, o detalhe era que ela passava diariamente em uma floricultura e ficava parada em frente, olhando para a placa da loja. Depois ela entrava e comprava flores (esse ato fazia parte do drama que vivia e não vem ao caso). A questão é que ela acabava desenvolvendo uma relação com o dono da floricultura e numa certa altura, quando se tornavam mais íntimos, a placa já aparecia corrigida – havia um erro de grafia que tanto a incomodava e que ela revisara, em meio a todo o seu drama pessoal.

Deixando de lado o tema central do filme, acabei me identificando com a personagem, pois, como revisora, por mais que não queira, acabo encontrando e me apegando aos erros de português que muitas vezes insistem em aparecer na minha frente.

O maior problema é que talvez, com essa corrida para produzir sempre mais e mais conteúdo, as pessoas estejam deixando de se preocupar com a qualidade do texto, que vem aparecendo com um número exagerado de erros grotescos, demonstrando um desleixo com o português e com as normas da escrita.

Outro dia li uma matéria no Linkedin de uma jovem que eu havia conhecido pessoalmente dois anos antes por acaso. Encontrei um pequeno deslize em seu texto e a avisei por mensagem. Ela corrigiu imediatamente e respondeu agradecida. Fiquei feliz por poder ajudar. Desde o início havia simpatizado com ela e passei a torcer pelo seu desenvolvimento profissional.

Nem sempre minhas intervenções voluntárias são bem aceitas, mesmo sendo feitas no particular e com a máxima delicadeza e discrição possíveis.

Dias atrás recebi um convite para curtir uma página no Facebook de uma empresa recém-criada, por outro jovem conhecido. Assim que entrei na página localizei um trecho na apresentação que incorretamente separava o sujeito do verbo com uma vírgula. Dizia algo parecido com: “a empresa X (,) surgiu para…”. Respondi a mensagem parabenizando-o pelo novo negócio e aproveitei para mencionar a necessidade de correção daquele trecho, excluindo a vírgula mal colocada. Ele já visualizou minha mensagem, mas, até o momento não respondeu e nem reeditou o perfil. É possível que esteja sem tempo ou que não dê tanta importância para o fato, uma vez que almeja clientes no campo da publicidade (queria inserir aqui aquele emoji de espanto).

Recentemente, dei uma lida em alguns posts e encontrei um sobre um tema que julgo interessante, mas, o autor escreveu “chancer” em vez de “chances”, sexta-feira sem o hífen e apresentou outros problemas de concordância que prefiro não citar para não correr o risco de expô-lo indelicadamente. De forma alguma tenho essa intenção.

Meu objetivo é apelar para o bom senso desses produtores, para que cuidem com um pouco mais de carinho do seu texto, revisando com cuidado e protelando a postagem, se for necessário.

Finalizando, se alguém encontrar algum deslize em meus textos (sim, eu também erro! rsrs), fique à vontade para me corrigir, de preferência Inbox, por favor. Vou ficar feliz e agradecer imensamente.