Produção de conteúdo parece ser
uma necessidade desesperada de quem frequenta assiduamente as redes sociais.
Especificamente no Linkedin, as pessoas são estimuladas pelos influenciadores a
publicar suas ideias, expor suas teses sobre assuntos que dominam, sobre suas
carreiras ou experiências de vida. Nada contra, muito pelo contrário, acho que os
posts nos induzem a refletir sobre variados assuntos, sendo um exercício para
quem produz e para quem consome, comenta ou apenas reproduz em sua timeline.
De vez em quando me arrisco nessa
empreitada, na maioria das vezes reproduzindo o conteúdo de meu blog, que criei
a partir de uma vontade de exteriorizar tudo o que me toca no coração ou na
alma, positiva ou negativamente (dou sempre preferência à primeira forma).
Na verdade, até o momento, nessa rede posso
ser classificada muito mais como consumidora desses conteúdos do que produtora.
Tenho acompanhado muitos assuntos discutidos e interagido com curtidas e
comentários, de acordo com meu interesse ou conhecimento sobre o tema.
Certa vez, assisti a um filme
cuja protagonista trabalhava como revisora. O enredo era sobre um drama pessoal
que ela enfrentava, mas, o detalhe era que ela passava diariamente em uma
floricultura e ficava parada em frente, olhando para a placa da loja. Depois
ela entrava e comprava flores (esse ato fazia parte do drama que vivia e não
vem ao caso). A questão é que ela acabava desenvolvendo uma relação com o dono
da floricultura e numa certa altura, quando se tornavam mais íntimos, a placa
já aparecia corrigida – havia um erro de grafia que tanto a incomodava e que ela
revisara, em meio a todo o seu drama pessoal.
Deixando de lado o tema central
do filme, acabei me identificando com a personagem, pois, como revisora, por
mais que não queira, acabo encontrando e me apegando aos erros de português que
muitas vezes insistem em aparecer na minha frente.
O maior problema é que talvez, com
essa corrida para produzir sempre mais e mais conteúdo, as pessoas estejam
deixando de se preocupar com a qualidade do texto, que vem aparecendo com um
número exagerado de erros grotescos, demonstrando um desleixo com o português e
com as normas da escrita.
Outro dia li uma matéria no
Linkedin de uma jovem que eu havia conhecido pessoalmente dois anos antes por
acaso. Encontrei um pequeno deslize em seu texto e a avisei por mensagem. Ela
corrigiu imediatamente e respondeu agradecida. Fiquei feliz por poder ajudar. Desde
o início havia simpatizado com ela e passei a torcer pelo seu desenvolvimento
profissional.
Nem sempre minhas intervenções voluntárias
são bem aceitas, mesmo sendo feitas no particular e com a máxima delicadeza e
discrição possíveis.
Dias atrás recebi um convite para
curtir uma página no Facebook de uma empresa recém-criada, por outro jovem
conhecido. Assim que entrei na página localizei um trecho na apresentação que
incorretamente separava o sujeito do verbo com uma vírgula. Dizia algo parecido
com: “a empresa X (,) surgiu para…”. Respondi a mensagem parabenizando-o pelo
novo negócio e aproveitei para mencionar a necessidade de correção daquele
trecho, excluindo a vírgula mal colocada. Ele já visualizou minha mensagem,
mas, até o momento não respondeu e nem reeditou o perfil. É possível que esteja
sem tempo ou que não dê tanta importância para o fato, uma vez que almeja clientes
no campo da publicidade (queria inserir aqui aquele emoji de espanto).
Recentemente, dei uma lida em
alguns posts e encontrei um sobre um tema que julgo interessante, mas, o autor
escreveu “chancer” em vez de “chances”, sexta-feira sem o hífen e apresentou outros
problemas de concordância que prefiro não citar para não correr o risco de
expô-lo indelicadamente. De forma alguma tenho essa intenção.
Meu objetivo é apelar para o bom
senso desses produtores, para que cuidem com um pouco mais de carinho do seu texto,
revisando com cuidado e protelando a postagem, se for necessário.
Finalizando, se alguém encontrar
algum deslize em meus textos (sim, eu também erro! rsrs), fique à vontade para
me corrigir, de preferência Inbox, por favor. Vou ficar feliz e agradecer imensamente.
Esse assunto é muito interessante. Há alguns dias coloquei no Whatsapp um meme que dizia " A voz do povo não é a voz de Deus, porque Deus não escreveria 'brusa', 'prastico' etc". Aí caiu o mundo na minha cabeça. Só fiz uma brincadeira e o exagero com o "politicamente correto" correu solto. Tentei contemporizar que também já tinha lido o livro " Preconceito linguístico " e que eu jamais humilharia ninguém por isso e nem colocaria o meme no grupo, caso alguém tb falasse assim . No entanto me julgaram e condenaram como se eu fosse uma pessoa preconceituosa e sem coração. Fiquei chateada, já que nem consegui explicar direito o que penso. Entendo a posição desses meus familiares, no entanto, não passo a mão na cabeça de ninguém que escreve errado, já que os excluídos verdadeiros não são 100% daqueles que não sabem escrever razoavelmente. Há também uma grande maioria que não se importa e desdenha do estudo. Por pouco tempo fui professora e sofri muito com o desdém e falta de "tesão " dos alunos com o aprendizado. Não são esses alunos tão excluídos assim. Tiveram e têm melhores condições do que eu tive, mas não se importam com o aprendizado. Por isso reafirmo sempre que os alunos tem que ser protagonistas do próprio crescimento. Abraço
ResponderExcluirLamento que vc tenha sido mal interpretada. Quanto as publicações no WhatsApp não tenho levado muito em consideração e procuro não me manifestar. É onde os ânimos se encontram mais alterados. Abraço!
ExcluirCorreção: quanto às publicações...
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