A experiência de a partir dos 10
anos de idade ver sua mãe tentar o suicídio inúmeras vezes levou Karina
Fukumitsu a se formar em Psicologia e a se especializar em métodos de prevenção
a esse mal.
Para o padre Lício de Araújo Vale
foi a perda do pai por suicídio que o levou a, além do sacerdócio, acolher e
orientar pessoas que estejam depressivas a ponto de quererem tirar a própria
vida.
Marcelo Zorzanelli, o terceiro a
compor a mesa de debates, revela-se ele mesmo uma pessoa depressiva há muitos
anos, o que o levou a escrever sobre o tema inicialmente em uma coluna da Folha
de S.Paulo, atividade que passou a ser uma de suas formas de terapia.
Foi através dos relatos desses
três convidados que se abordou esses temas tão importantes e dolorosos, ao
mesmo tempo que vinculados a preconceito
e discriminação pela maioria das pessoas.
O que levaria as pessoas, muitas
vezes os adolescentes, a sofrer de depressão e chegar a pensar em desistir de
viver?
Na opinião de Marcelo a questão é
quando o indivíduo sente que não se encaixa no padrão estabelecido pela sociedade,
da busca de sucesso e felicidade a qualquer custo. Sentindo-se fora desse
padrão, vem a tristeza e a culpa.
Karina afirma costumar dizer que “se
quiser entrar em uma forma, perde-se a forma”.
Quais seriam os sinais de que
algo está errado?
Os três são unanimes em afirmar
que uma mudança abrupta no comportamento, isolamento, falta de apetite, menção
a casos de suicídio, mensagens indiretas como frases do tipo “não suporto mais”,
“isso tudo vai acabar”, “eu gostaria de sumir”, tudo isso pode ser motivo de
alerta.
Diante de uma situação como essa,
segundo eles, os pais não podem ter medo de perguntar. Não achar, como pensam
alguns erroneamente, que falar sobre o assunto pode estimular alguém. Além
disso, os pais precisam dedicar tempo aos filhos. Ficar perto, participar da
vida do filho, fazer com que olhe para sua própria dor e tenha compaixão de si
mesmo. Se permita ficar triste acreditando que tudo é passageiro.
Eles ainda lembram que jamais se
deve minimizar o sofrimento alheio. Deve-se saber ouvir e sempre estimular uma
pessoa depressiva a procurar um profissional de saúde mental.
Citando Carlos Drumond, Karina
lembra: “a dor é inevitável. O sofrimento é opcional”.
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