terça-feira, 16 de outubro de 2018

Minhas duas orquídeas –parte II



Volto a contemplar minhas orquídeas e elas continuam lá, mais lindas do que nunca. Tento captar essa energia boa, essa beleza que a natureza nos oferece sem quase nada em troca – só respeito.
Nos últimos dias tenho recebido muitas mensagens de amigos que se dizem angustiados com a perspectiva do resultado das eleições e muito mais com a posição tomada por pessoas queridas deles. Alguns têm tentado, sem sucesso, convencê-los a mudar de lado e é a negativa, muitas vezes acompanhada de palavras duras, ofensivas mesmo, é que doe muito nelas.

Toda vez que eu ouço ou leio esses lamentos, entendo muito bem porque também tenho experimentado esse tipo de decepção e de tristeza. Meu conselho é agir como eu, que tenho tentado não confrontar pessoas que pensem diferente de mim. Não que eu tenha cortado relações com essas pessoas, mas, desde o início do processo eleitoral venho gastando cada vez menos tempo nas redes sociais.

Tenho postado ou reencaminhado textos que traduzem a minha opinião, mas, não comento aqueles que vejo em sentido contrário e procuro não perder tempo com vídeos, áudios, frases com conteúdo agressivo ou de baixo nível. Se recebo algum comentário contrário a minha linha de pensamento, respondo apenas uma vez, tentando argumentar com objetividade e mansidão, abdicando das polêmicas.
Essa estratégia de me preservar emocionalmente tem funcionado. Ao mesmo tempo, tenho me preparado para o resultado, seja ele qual for. De lá para cá, intensifiquei as minhas orações, por entender que só o contato diário e intensivo com Deus pode nos fortalecer e nos amparar.

Digo isso às pessoas, “rezem”, mas, às vezes, acaba soando meio chavão. Não é. Peço que todos acreditem que o Brasil está realmente precisando muito de oração, sincera, pura, seja de que lado venha. Façamos uma corrente de oração, não pedindo que ELE dê a vitória para um ou para o outro, mas, que ilumine as pessoas em suas escolhas, para que escolham o que é melhor para o Brasil neste momento, para que pensem no evangelho como exemplo de vida e em como Jesus Cristo se posicionaria se estivesse na terra. 
Espero que não se amargurem tanto com o que pode estar por vir, porque de qualquer forma, Deus estará do nosso lado. Que ELE nos ajude a transformar tudo isso que estamos vivendo em um ensinamento bom, que nos permita crescer, como eleitores e como seres humanos e que possamos valorizar cada vez mais a vida e a paz.
Independentemente de quem vencer, não foi minha opção no primeiro turno. Já tomei minha decisão sobre como votar no segundo, mas, desta vez não irei declará-la. Não me orgulho dela. “Que vença o melhor” eu não posso dizer, porque para mim a melhor já ficou para trás. Então, que vença aquele que possa trazer algo de bom para o Brasil, para o mundo, que possa como eu já disse nos trazer um ensinamento, seja ele suave ou doloroso. E que a beleza das orquídeas nos contagie e nos faça sentir melhor.



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