sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Minhas duas orquídeas




Difícil explicar o que senti quando vi minhas duas orquídeas cheias de botões e uma flor já desabrochando em cada uma delas. Passados alguns dias do primeiro turno das eleições brasileiras, cujo resultado me abateu duramente, a ponto de me deixar sem palavras, já um tanto recuperada, penso: que lição está me dando a natureza, que mágica, que beleza singela e sublime!

Decido, então, dedicar essa imagem à amiga Marina, a qual me permito chamar assim, ainda que não a conheça pessoalmente. Minha admiração por ela cresceu enquanto eu apoiava sua campanha e me permitia sonhar com um futuro melhor para o meu país. Durante esses dias fiquei tentando imaginar como estaria seu coração, após ter sido humilhada com uma inesperada e desesperada fuga de votos. Um movimento totalmente ineficaz e desnecessário.

Se tivessem imaginado logo no início que tamanha cegueira se instalaria em quase 50 milhões de brasileiros, que numa espécie de transe, passaram a venerar alguém tão desqualificado quanto mal intencionado, talvez tivessem planejado uma reação mais efetiva, com maiores chances de sucesso. Teriam unido forças em torno de uma única candidatura de centro, com equilíbrio e lucidez, capaz de enfrentar essa epidemia.

Entretanto, ninguém sabia que essa onda poderia vir com tanto poder de devastação. Eu continuo me perguntando: para onde foi o amor, a fraternidade, o respeito ao ser humano e à vida, o desejo de paz, a opção pelo diálogo, a compaixão, a preocupação com o meio ambiente e a natureza, a fé?

Como pudemos nos deixar encurralar desta maneira? Permitir que no segundo ato dessa peça de horror que o destino nos pregou, nos encontremos fadados a aceitar a cultura do ódio, do preconceito e do vale-tudo nas redes sociais, ou passar para o lado da cultura da corrupção explícita, negada até as últimas instâncias. Há uma saída? Talvez, mas, ainda não consigo dar essa resposta. O ato de Pilatos também se apresenta entre as opções disponíveis.  Não sei.

2 comentários:

  1. Não há opção de Pilatos.
    Nos veículos de comunicação só se divulga o voto válido e não as estatísticas reais e não se processa a verdade em que a.maioria doa brasileiros não aceita nem Um, nem outro. Esses sim são os Pilatos da hiatoria e amargarão profundamente no futuro quando sentirão na carne o preço desta apatia. Sejamos fortes e confiantes que Nosso Pai nunca envia uma carga maior do que podemos suportar

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    1. Uma visão para refletir também, meu amigo. Quanto a Deus, sim, tenho fé que estará ao nosso lado nessa turbulência.

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